Anisah
Tenho tudo à flor da
pele
Guardo em mim tantas
mulheres
Dentro delas outras
tantas
Quem diria são
meninas,
Que ora vestem-se de
branco
No altar entre outros
santos
Chamam-se todas Maria
Maria perdida no mapa
Que alguns chamam de
vida
Maria de cama e de
quarto
De pano, de prato e
de pia
Maria que sonha
acordada
Que dança pro homem
da casa
E há de ser mãe um
dia
Mas esta Maria se
cansa
Maria também é humana
Tem fome de carne
viva
E ora desce do altar
Sem lembrar mais sem
seu nome
Nua, se mela e se
brinca
Sou novata
Sou veterana
Cigana
Sinhá
Sou mucama
Me chamam, também, de
vadia
Hugo Cézar
Homem, presta atenção
Homem, presta atenção
Homem, eu te peço:
Presta atenção.
Eu não sou tua boneca,
Nem tua escrava.
Por que devo viver
Para apenas teus desejos
Satisfazer?
Pergunto-me se tu
Por acaso não pensas
Que tenho meus anseios,
Minhas necessidades
E meus sonhos.
Quero que tu entendas
Que também sou importante
E preciso e desejo
Os meus anseios realizar.
Olha para mim,
Não desvie de mim
Teus olhos, porque
Quero que aprendas
A me compreender
E a me aceitar,
Como igual e
companheira
Atenéia Rocha
Meu Jardim
Eu,
Entre as guerras que
travo comigo,
Desmancho muralhas
com lápis de tinta
Tropeço em calçadas
quando perco a hora
Remendo tabus
Quando quebro as
cortinas
E faço poemas sem
nome
Levanto bandeiras
De cores extintas
Reviro no peito a
bagagem cigana
Ora estou de volta
Ora estou de partida
A sós
Entre cada conclave
No teto a fumaça
quando o trago expira
E elejo-me a líder de
cada pedaço
Das minhas amadas
ovelhas perdidas
Que além do nome de
batismo
Trazemos na carne
outro nome de rosa
Antes de Florbela,
Anayde, ou Vitória
Nós somos mulheres,
Ovários,
Flor vida.
Hugo Cézar
O grito da libertação
Não ouvir sua mulher é matá-la
Não ser fiel é matá-la também
Enganar sua mulher é matá-la
E ferir com palavras também é
Bater em sua mulher é matá-la
Oprimir sua aparência também é
Não apoiar quando certa é matá-la
Destruir os seus sonhos também é
Fazê-la de empregada é matá-la
Abusar de suas fraquezas também é
Ignorar suas virtudes é matá-la
Destruir os seus sonhos também é
Fazê-la topar tudo é matá-la
E ela fazer sem vontade é também
Suprimir seus direitos é matá-la
Não amar e só fingir também é
Violência contra a mulher
Não é só agressão fisica
Tem muita coisa que voce faz
Que a faz sofrer.
O grito da libertação
Neste momento, dou
O meu grito, o
Grito da libertação.
Sociedade, para de
Pressionar a mim,
Que sou mulher.
Tu exiges que eu
Seja séria, pura
E recatada mas,
Ao mesmo tempo,
Tu exploras o
Meu corpo,
Fazendo-me
De objeto.
Um objeto sem
Vontade e sentimentos,
Que se pode explorar.
Não, não sou objeto.
Sou humana e valiosa,
Sinto, penso e me revolto
Contra o indigno estigma
Da mulher como objeto.
Mulheres, gritem e
Se libertem desta
Escravidão que nos
Tira a personalidade.
Pois, cada mulher é uma,
Única neste mundo,
Com a sua própria
Forma de lutar!
Atenéia Rocha
Garotas Modificadas
Garotas por que desistiram?
Garotas que se esqueceram
de lutas por seus direitos,
de sorrir sorrisos reais,
Algumas tão acostumadas
a serem maltratadas
"porque os homens são assim"
"porque as garotas são frágeis".
Mulheres de sonhos aprisionados
Que levam a vida conformadas
Carregando seus fardos tão sofridas,
Diante dos pais,maridos e filhos,
tão caladas.
Garotas descompromissadas
com seus sentimentos tão presos
Tão frias e irracionais,
Tão mortas para si mesmas,
pois não aprenderam a equilibrar
cuidarem dos outros e se cuidar,
e temem mostrar sua inocência,
e no fim das contas se sentem sozinhas...
Mulheres,não morram vazias!
Não temam a vida
e nem se mostrar!
Se alguém lhes pisa e maltrata
lhes cuspa na cara e vá!
Mulheres que estão sozinhas
encontrem força em si mesmas,
saibam que podem lutar
e serem livres,se desejar!
Beth Diamond
el...
x... @
o corpo que (habito) é fluxo
não é, nem ser, está...
está muitas vezes querendo ser!
ter! não ter! tirar! implantar!
ciborgue! flutua entre desejo, sexo, gênero
carne, máquina e o fluido desejar
ela? ele? el... x... @...
sei lá! o importante é gozar!
perguntas? respostas? vãs...
intensamente
desejos...
Cibelle Jovem e Kyara Almeida
Curvas e dores
Sintomas e amores
Cabelos e
convulsões
Lágrimas e ódio
Dentro devassidão
de sintomas desconhecidos
Sangue, pele,
cor, sorrisos
Vazio...
Impertinências,
desejos, aventura
Sede...
Meu corpo que
aperta
Incha, enrubesce,
cai
E de leve é um
tom do ser
Meu ser de ser
mulher
Entre esperanças
e conflitos
Luta que segue
pela minha questão
Questão de ser
mulher
Poder voar com
minha alma de ave
Alma de ave mulher
Ave liberdade
Liberdade de
poder cantar
Meu canto de
sereia matreira
Sem pudor
inocentemente
Decidir entre ir
e vir
Por onde devo
seguir
Atônita ser quem
sou
Minha graça de
Gabriela
Minha força de
Maria Quitéria
Minha
simplicidade de marias
Minha coragem de
Olga
Uma mistura de
mim e de muitas que me pertencem
Mulher,
unicamente mulher.
Rebeca Sousa
(Sem
nome)
Geme, se contorce, se molha,
lambe!
Seios rígidos, pernas
inquietas, mãos-tentáculos!
Lambia teu corpo com se fosse
o único-último!
E quanto mais você gemia, mais
eu gozava!
E no gozo tua vênus flácida!
Sabor delicioso, tudo que
minha língua toca!
Gemidos, sussurros, arranhões!
Nossas gozadas e tapas!
E eis que surge o nome de
mulher
Dentes trincados a subverter a
‘ordem’
Puta, rapariga, buceta, o que
vier
Significados outros, que da
norma fogem.
Arrebentando grilhões com desejos
Ardendo de prazer, intensos
movimentos
Buceta de tão gostosa destrói
qualquer padrão!
Ordem? Norma? Padrão? Regras?
Quando corpos se desejam
Podem transgredir qualquer
conceito
Dançam, gozam, brigam, deitam
em pé, se beijam
Se estremecem de prazer!
Se inquietam! Subvertem!
Só quer gozar! Fuder! Trepar!
E de orgasmos se embriagar...
Cibelle Jovem e Kyara Almeida
Violência
Não ouvir sua mulher é matá-la
Não ser fiel é matá-la também
Enganar sua mulher é matá-la
E ferir com palavras também é
Bater em sua mulher é matá-la
Oprimir sua aparência também é
Não apoiar quando certa é matá-la
Destruir os seus sonhos também é
Fazê-la de empregada é matá-la
Abusar de suas fraquezas também é
Ignorar suas virtudes é matá-la
Destruir os seus sonhos também é
Fazê-la topar tudo é matá-la
E ela fazer sem vontade é também
Suprimir seus direitos é matá-la
Não amar e só fingir também é
Violência contra a mulher
Não é só agressão fisica
Tem muita coisa que voce faz
Que a faz sofrer.
Beth Diamond
Pássaro
do atlântico
alta noite, corpo sobre corpo
como uma alucinação, tua boca
era a grande deusa em teu rosto
e eu, em meu desejo, estava louca?!
foi-se como uma pássaro do atlântico
deixando seu cheiro em mim
sua voz, translúcida, era cântico
lágrimas caiam: era alegria ou começo do fim?!
senti tuas formas, queria teu gozo
tremia minhas mãos, acariciando tua pele
e na manhã seguinte, o des-gosto:
era tua pele que me quer e re-pele.
a pele que me enebria e arrepia
com sua lingua enroscada na minha
momento divino, contigo deitar
pena! era só alucinação...
mas, que mãos suaves a me tocar
não era mais sonhar apenas
era o estar entre suas pernas
e em teu corpo mergulhar
sentir teu olfato, o teu respirar
mas, novamente como pássaro do atlântico
fui eu quem me pus a voar
e em mim vives a brilhar
como a imensa deusa lunar.
Cibelle Jovem e Kyara Almeida
Igual sem ser
Quando
um e outro
Quando
o outro e um
Respeita sem destacar diferença.
O
apertar de mãos
Reconhecendo
a força da suavidade
Não
importando a contramão.
Não se
discute diferença
Cada um
sabe o que sabe
E faz
sabendo o que fazer
Nesta
profissão,
Gênero
não é curricular.
Saliência
cria raiz no coração adulto
A
inocência tem dias contados pela saliência.
Como
uma flor
Uma
flor de nome rosa
Na
raridade de uma orquídea
Com a
simplicidade de uma margarida
E a
harmonia de um girassol.
De
igual como uma flor
De
mesmo nome rosa
Mesma
raridade e simplicidade
E
harmoniosamente em conjunto.
É ser
sem igual
É
também igual sem ser
Não há
melhor.
Melhor
não há.
Tchoroco Alaerte
Muito Mais
o crucifixo?! não!!
a buceta?! sim!!
ah! assim vai!
dentro e fora! já foi!
o crucifixo?! pode enfiar...
a buceta?! pode (te) comer...
vai!! me faça gozar!
vamos!! goze comi (go)!
vou te chupar! vai?! vou te arrombar!!
ah! já estou sentindo!!
tua buceta já não é mais tua!
fode!!! assim, não a quero mais!!!
também não quero! agora voce me fode!
sentiu? “cristo” te fudeu!
ou foi fodido por nós?!
pensando bem... os dois!!!
os tres, ou muito mais...
Cibelle Jovem e Kyara Almeida
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